AUTOGESTÃO E AUTODEFENSORIA
CONQUISTANDO AUTONOMIA E PARTICIPAÇÃO
A dignidade humana fica a mostra, quando o sujeito passa a
assumir as responsabilidades sobre sua vida, variando desde sua independência
nas atividades pessoais, a vida profissional e social, dessa maneira
contribuindo ativamente para construção do seu meio social, formando seu caráter
e sentimentos através das relações de independência que constrói.
A autogestão defende um ponto de vista da independência da
pessoa com deficiência, dentro das suas limitações, assim a idéia central é
motivar o sujeito a integra-se mais diretamente aos seus meios de convívio,
tendo suas opiniões respeitadas, dentro da família, do bairro, da escola e dos
amigos, para que dessa forma conquiste um espaço onde consiga exercer sua
dignidade realizando uma atividade transformadora, ajudando a moldar e construir
o mundo a sua volta.
O sujeito é formado através dos exemplos e das influências
que tem durante sua convivência, se identificando com os exemplos que tem em seu
meio. É necessário então um contato com diferentes realidades, tendo
experiências diversas para que assim consiga formar sua consciência sobre o
mundo, estando mais bem preparado para algumas dificuldades comuns à vida no seu
dia a dia, podendo experimentar com maior clareza em quais áreas do saber e do
fazer se encaixa melhor.
Sempre devemos tratar da pessoa humana e não a
deficiência. Deve-se valorizar o aprendizado e a capacitação da pessoa humana,
de maneira à jamais duvidar da capacidade de aprendizagem ou de adaptação, mas
pelo contrário deve-se criar meios para facilitar a aprendizagem utilizando-se
de diversas formas de ensino para isso, sabendo respeitar a individualidade.
Assim é possível promover a autogestão, assegurando a pessoa com deficiência a
ter liberdade de errar, acertar e crescer com suas experiências.
A autodefensoria está em um contato direto com a atividade
da autogestão, no sentido de partir para uma luta legal feita pela pessoa com
deficiência em defesa de seus próprios direitos, através da formação de uma
consciência e de informação. Sendo assim, obtendo um conhecimento contextual
apropriado de sua situação, para que dessa forma desenvolva o preparo necessário
para assumir a defesa de seus atos e de seus direitos.
O autodefensor é aquele que assume um papel de liderança
na sua vida, lutando por seus planos e expectativas, assumindo as dificuldades
encontradas na sua vida e conseguindo levar essas questões a índices de reflexão
e de transformação, contribuindo para as mudanças positivas da sua realidade,
forçando a legitimação de sua consciência.
É importante o envolvimento de todos que fazem parte desse
processo, priorizando a família que tem um contato direto com a causa, e a
responsabilidade de incentivar os primeiros passos necessários para o processo
da autogestão e da autodefensoria, caminhando de braços dados nessa causa. Para
que isso ocorra de maneira coerente e eficaz, é necessário que a família tenha
entrada garantida nesse processo, e assuma a responsabilidade de facilitar os
caminhos necessários para incentivar autonomia do sujeito, tornando-o também
responsável dentro de suas diferenças.
Erivaldo Fernandes Neto
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