Programa de Autogestão


AUTOGESTÃO

CONQUISTANDO AUTONOMIA, TODAS AS REALIZAÇÕES SE TORNAM GRANDES

A independência humana é ligada à liberdade de escolhas e no abraçamento das responsabilidades que procedem dessas escolhas, avivando assim um leque de possibilidades onde depende em grande parte do sujeito os resultados que se possa esperar, dessa maneira a noção de responsabilidade social e moral, recai sobre a pessoa, elevando assim seu status como ser humano independente, contribuindo ativamente para as transformações a sua volta e podendo cuidar de si dentro das suas limitações. Sendo de fundamental importância o incentivo a liberdade e ao aprendizado.

A autogestão ocorre quando a pessoa passa a ser o significante de sua existência, podendo se deixar levar por suas vontades e experimentações, tirando suas próprias conclusões a respeito disso e assim podendo ocupar o lugar de destaque em sua vida, mesmo tendo necessidades diferentes, é preciso se assumir como destaque e assumir a importância de estar e ser, não aceitar padecer ou o padecimento do outro, é preciso ser ativo e buscar progredir no mínimo, que leva ao muito.

Os milagres são esperados e fantasiados como sendo grandes implicações de atividades extraordinárias que transcendem as expectativas humanas dispostas na realidade, mas uma perspectiva bem mais esperançosa e mais realista de milagre é identificá-lo nas realizações conquistadas nas dificuldades do dia a dia, pois são assim as conquistas humanas vencendo uma dificuldade de cada vez, uma limitação após a outra, mas o ponto de partida para isso é se assumir como gestor de si mesmo, tendo a consciência de que somente o indivíduo sabe de si com exatidão.

A autogestão pode ser aplicada a vários campos de convívio e de diferentes ciências em que possam ser desenvolvidas pelas pessoas com deficiência,mas todas essas atividades podem seguir os moldes da autogestão que visa criar oportunidades para que a pessoa com deficiência possa assumir a sua vida desenvolvendo as áreas que demonstra melhor habilidade, sendo o expoente principal de suas atividades, assumindo sua independência dentro de seus limites.

Erivaldo F. Neto

Autogestão na educação infantil

“ Todas as habilidades que aprendemos durante a infância constituem o alicerce para a sólida formação da autogestão. O desenvolvimento das habilidades de linguagem, socialização, motricidade, habilidades afetivas e cognitivas aprendidas na infância são as primeiras oportunidades dadas à criança para o desenvolvimento de instrumentais para conhecer a si mesma, conhecer o ambiente, interagir, escolher, aprender sobre limites e modificar a si e o meio que a circunda".

A criança desenvolve-se através de processos que abrangem seu corpo, sua herança genética e os ambientes nos quais ela vive. Todo processo de desenvolvimento inicia-se na família, na cultura de sua comunidade e na interação com espaços sociais progressivamente mais amplos nos quais ela se insere.

O desenvolvimento tem duas dimensões: externa e interna. A dimensão externa diz respeito às mudanças em nosso corpo e em nosso comportamento, que podem ser vistas externamente. A dimensão interna diz respeito às mudanças que ocorrem em nosso corpo e que não podem ser observadas diretamente – como as mudanças que ocorrem no cérebro.
O cérebro coordena todas as ações de nossos corpos. Ele recebe e processa as informações do meio, memoriza fatos, imagens e aprendizagens e ainda processa e responde às emoções e fatos que vivenciamos.

A infância é um período extremamente importante, pois é a fase em que o cérebro possui maior plasticidade. Plasticidade significa uma facilidade maior de estabelecer novas conexões e possibilitar a aprendizagem de novas tarefas.

O desenvolvimento de nosso cérebro depende de nossa nutrição, da afetividade que recebemos e dos estímulos que o meio ambiente nos oferece.

Não podemos provocar mudanças diretamente no nosso cérebro, mas sabemos que uma nutrição balanceada, estímulos e desafios à nossa inteligência em um ambiente adequadamente afetivo são pilares para o desenvolvimento de nosso cérebro, através da maturação de suas células e do estabelecimento crescente das conexões das células umas com as outras.

Na infância a criança aprende sobre o mundo que a cerca e sobre si mesma: conhece seu próprio corpo, descobre seus movimentos, aprende a se comunicar, descobre a natureza, aprende a expressar emoções e pensamentos, conhece as pessoas e os ambientes com os quais interage.

A família, a cultura, o ambiente constituem, em princípio, a mola propulsora do desenvolvimento da criança. Em outras palavras, o desenvolvimento do cérebro não depende do cérebro. O desenvolvimento do cérebro não é autônomo e independente do meio: o que a criança realizar em sua vida cotidiana dependerá do cérebro, mas cada atividade realizada será fonte de novos estímulos para o desenvolvimento do mesmo.

O desenvolvimento do cérebro de uma criança depende de como ela se alimenta, da quantidade e qualidade dos estímulos que ela recebe e da qualidade das trocas afetivas que ela estabelece com as pessoas.

É importante lembrar que a criança tem um desenvolvimento integrado. Todas as áreas de seu desenvolvimento são interligadas e os três pilares (nutrição, afetividade e estimulação) dependerão intimamente um do outro para que a criança se desenvolva.

O brincar é a atividade natural da infância e toda estimulação da criança deve ter como premissa a atividade lúdica, o brincar e o prazer na realização das atividades. Os limites também são aprendidos na infância e a criança precisa deles para sentir-se segura e protegida, sabendo de onde vem a autoridade e a proteção em seu ambiente familiar.

O desenvolvimento não segue o mesmo ritmo em todas as crianças, mas segue sempre a mesma ordem. As etapas do desenvolvimento são as mesmas para todas as crianças, mas algumas poderão levar mais tempo para passar de uma etapa para a outra. Assim, todas as crianças irão controlar o pescoço, depois rolar, depois assentar, engatinhar e por fim andar.

A intensa atividade verificada durante a infância permite que a criança desenvolva a noção de si mesma como um corpo diferenciado no espaço e como um indivíduo autônomo, separado dos outros.

Há neste período um componente biológico muito forte: no cérebro de uma criança circula o dobro de glicose comparado ao de um adulto. Biologicamente ela está pronta e disponível para aprender muito e se expressar de várias formas.

Uma das grandes descobertas da neurociência é que as atividades que mais atraem as crianças como brincar, ouvir música, correr, pular, cantar, têm profundo significado educativo e contribuem para o desenvolvimento global da criança.

Digitado por Maria Amélia Vampré Xavier, da Rede de Informações Área Deficiências Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social de S.Paulo, Fenapaes, Brasília (Diretoria para Assuntos Internacionais), e entidades parceiras em 25 de julho, 2008 

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